ZORAIDE
Roger Caillois, sendo entrevistado por Rita Maxianic, mostrou-se pessimista ao discernir sôbre a civilização atual. Chegou mesmo a afirmar que somos sêres de crepúsculo, vivemos nos entulhos.
Em parte, temos que concordar com êle, uma vez que, para todos, mundo ésinônimo de conflito, luta e inquietação. Depois, a maior parte dos homens é pela técnica, ao invés de ser pela sensibilidade. E enquanto o amor não é um sentimento universal o egoísmo regosija-se em sê-lo.
Entretanto, comemorações religiosas como o Natal vêm provar que nem tudo está perdido, que no espírito do homem há lugar ainda para emoções puras e nobres.
Embora tenham surgido doutrinas e mais doutrinas, entre si e, por vêzes, em si mesmas contraditórias — produtos de puro intelectualismo, que põe de margem a sensibilidade —, Cristo vence o mundo pela realidade do seu Amor. Se assim não fôsse, como então explicar essa. euforia que nos domina a todos por ocasião do Natal? Como interpretar a comovente poesia dessas comemorações familiares tão intimas e tão pitorescas?
25 de dezembro é dia de amor e fraternidade. Ele nos vem provar que o universo é a morada de uma só familia, unida em Deus pela mesma fé.
Do Cristianismo nasceu a igualdade dos homens. Antes, nenhum principio universal ligava os povos. As leis humanas estabeleciam diferenças absurdas entre os indivíduos. As religiões não davam ao homem nenhum direito próprio, nenhum apôio. Mas Deus nos enviou o Seu Filho e tudo se fêz Luz: numa mangedoura, perdida na estrada de Belém, nasceu Aquêle que viria abrir novos horizontes nos caminhos da humanidade. E é por isto que podemos contestar a afirmação do notável ensaista: o Natal, símbolo da fé impere-cível, aí está com a alegria de seu suave mistério, despertando em nossos corações impulsos de generosidade
Estejamos certos, portanto, de que, enquanto o Natal conservar êsse traço característico de união e afeto, que o faz a maior e mais bela festa do ano, nada está perdido, tudo está nas mãos de Deus. E, se tle é tão complacente com as aves dos céus e os lirios do campo, porque o não será também com a humanidade?
Zoraide é jornalista,morando atualmente em Belo Horizonte

Olá Zoraide. Parabéns pela excelente, atual e oportuna matéria. Um grande abraço. Feliz Natal!!! Enoque A Rodrigues, de São Paulo, SP.
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