quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Nas ondas do poder da informação

Nas ondas do poder da informação

Micróbio Atômico

Desde o surgimento do homem, que a necessidade de se comunicar e permutar informações se mostrou extremamente crucial para o desenrolar de sua evolução. A troca de conhecimentos e experiências constitui as bases da sociedade como a conhecemos hoje. Um modelo de agrupamento de epistemes e valores que enraízam toda a base do que nós, mortais, denominamos Estado.

Com o surgimento da sociedade, os homens transferem uma certa dose de poder a um determinado número de indivíduos para que esses possam cuidar de suas preocupações e garantir a comodidade e segurança do todo, um verdadeiro contrato, onde há cessões e concessões. Mas, porém, contudo e todavia, ao delimitar poder a alguém, sugeitamo-nos a ficar a mercê de algum engraçadinho que, fazendo uso de má fé, derrube a ordem do sistema e administre mal o poder que a sociedade lhe disponibiliza.

Bela e linda democracia, mãe de todos os sonhos de igualdade e liberdade que, de alguma forma, permeiam o imaginário do ser humano (poético, né?!), mal sabem os gananciosos e sedentos de poder que a mão que dá também pode tomar, que o diga nosso Fernandinho Collor de Melo (e eu diria ao nosso atual presidente: - Cuidado seu Lula, não vá seguir o mesmo caminho...). O poder sobe à cabeça e metamorfoseia a ética e os valores de todos aqueles que dela desfrutam.

Mas não sou só eu ou você que, às vezes, queima os neurônios se indignando com a postura e conduta dos homens que cuidam dos homens, parece que essa preocupação vem de longa data, pois Max Weber já dizia em seu tempo que “todo homem que ingressa na política aspira ao poder”. E a comunicação, em meio ao jogo em que transformara a nossa sociedade, se torna o canal de acesso.

E associado a essa grande capacidade nossa de nos comunicar e desenvolver mensagens e informação, o poder é capaz de criar ou destruir reinos com apenas uma palavra. Uma imagem pode ser manipulada para persuadir, marionetes ganham vida a todo instante, enquanto se toma champangne nos bastidores do poder. Mas o canal também é vilão, afinal, nenhuma mensagem toma forma sem um veículo que a faça circular.

A globalização em que os viventes do século XXI se encontram, seguida da evolução e fortalecimento dos meios de comunicação e mais, a criação de uma consciência participativa, ainda fazem com que se sintam ludibriados com o poder exercido pela comunicação, desde que descoberta como ferramenta.

Desde muito, a comunicação é utilizada para criar ícones, mas o segundo milênio da era cristã a transformou em instrumento, arma capaz de mobilizar, engajar e promover participação dos públicos. Os políticos partidários já descobriram sua força, e as empresas, cada dia mais, se engajam no aprimoramento de sua comunicação, tanto com o seu público interno como externo.

A partir do momento que descobriram a necessidade de ter voz ativa e vez na democracia, as empresas começaram a bolar meios de expor suas filosofias e seus produtos à sociedade, o que nada mais é que uma forma de adquirir poder. Bendito esse tal de poder, né?! Algo capaz de desencadear uma busca louca e frenética de formas de conquistá-lo.

A todos os cantos da nossa sociedade deparamo-nos com seres ditos racionais, mas que se enlaçam numa briga desenfreada por um pouco de poder, por um pedaço maior do bolo, por um espaço maior ao Sol. Lançam mão dos bens mais preciosos do homem moderno, a ética e a moral.

Os meios de comunicação deixam de cumprir seu papel de informar e entreter e passam a ser canais de disputas, disputas acirradas e desleais e, na maioria das vezes baixas. Enquanto isso, o homem de bem, o trabalhador, a criança, o cidadão, ficam em meio a um campo de batalhas, sob fogo cruzado, correndo risco de serem alvo de alguma bala perdida ou de se respingar com a sujeira provinda de algum lugar...
Poder... Poder... Desgraçado Poder... que faz despertar no dito ser humano civilizado os sentimentos mais mesquinhos, que haviam sido enterrados com os extintos Neanderthaus...

Mas onde e como conseguir o tão sonhado poder?

A chocante e irônica verdade é que a própria sociedade é que transfere o poder aos gananciosos que vivem correndo atrás dele. O que fazer? Paciência e consciência, quem sabe sejam as únicas coisas sensatas a serem feitas.

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