quarta-feira, 11 de novembro de 2009
LEI ANTI-FUMO? QUE TAL 'LEI ANTI-HIPOCRISIA'
Por Christian Gurtner
Parabéns não-fumantes! Vocês conseguiram acabar com a fumaça nos bares. Espero que o carro de vocês esteja regulado e seja um modelo mais novo, pois, caso contrário, vocês exalam uma fumaça muito pior que a de um fumante.
Agora que já pegaram o cigarro “pra Cristo”, vamos para as ações realmente importantes: tirar da rua qualquer veículo que esteja poluindo, não só o ar como os ouvidos. Aquelas motos infernais? FORA! Aqueles caminhões que soltam tanta fumaça que você não consegue enxergar o que tem à frente? FORA! Carro velho? FORA!
Aqui no Brasil quanto mais velho o carro, menos imposto paga. E isso devia ser o contrário, como em outros países, onde quanto mais velho e poluente o carro, maior o imposto, desencorajando assim o uso desses gigantescos cigarros coletivos.
Se o seu carro/caminhão solta fumaça na minha cara na rua, não me venha proibir de soltar a fumaça do meu cigarro na sua.
Não só os carros, mas também as fábricas, criam um ambiente onde o cigarro se torna uma moeda muito pequena.
A poluição atmosférica mata indiretamente, em média, oito pessoas por dia na cidade de São Paulo. É o que revela a pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos para o Meio Ambiente da Universidade de São Paulo (USP). A exposição aos diversos poluentes emitidos também reduz a expectativa de vida dos habitantes
Fala-se muito em “cigarro aqui” e “cigarro ali”. Talvez o governo achou um substituto para ressarcir a grande quantidade de dinheiro que perderá se todos pararem de fumar.
Em vários países civilizados, as fábricas são obrigadas a divulgar ao público o grau de poluição de seus produtos. Aqui no Brasil esses dados são censurados ao público em geral, bem como vários outros dados e estatísticas sobre os efeitos da poluição criada pelos automóveis e outras máquinas.
Pensamento inconsciente típico de um não-fumante brasileiro (baseado em fatos reais sobre grande parte deles): “O cigarro faz mal, eu não gosto e não fumo, portanto os fumantes estão proibidos de fumar perto de mim. O quê? Meu carro polui? Mais que o cigarro? Faz mal pra mim e para todos à minha volta? Ah, mas isso não dá pra resolver né? Eu preciso do meu carro e não posso comprar um modelo menos poluente”
As principais vítimas da poluição são crianças e idosos, mas a saúde de todos é afetada.
Talvez seja hora de “marcar” outros produtos além do cigarro, planejei o exemplo abaixo para poder ser usado na prática:
Em uma cidade com o ar poluído, o risco de infarto cresce 75% se comparado com uma cidade de ar limpo.
Mas o não-fumante é um fumante inveterado:
“Mesmo sem querer, eu fumo dois cigarros por dia. A poluição faz todo mundo fumar, inclusive aqueles que não podem, como as gestantes e os asmáticos”, explicou [o professor Saldiva]. “E alguns fumam mais, como motoristas de ônibus e fiscais de trânsito, que ficam mais expostos à poluição”
A vitória só pode ser cantada quando a guerra termina. Mas o brasileiro é ingênuo o bastante para cair nas demagogias do governo. O cigarro pode fazer mal, sim, e muito, e ninguém é obrigado a ser vítima do vício alheio, mas o governo gosta de resolver problemas relativamente pequenos e mais fáceis para convencer os brasileiros que ele se preocupa com sua saúde. Chega de ignorância e chega de hipocrisia. Não me venham falar de saúde pública enquanto não acabarem com o grave problema dos automóveis poluidores – poluidores do ar e dos ouvidos.
Ah, e por falar em poluição sonora, vamos fechar com outro fato, e deixar para voltar ao cigarro quando problemas maiores forem resolvidos:
Além de incômodo, o barulho afeta a saúde física e psicológica das pessoas, gerando estresse, ansiedade e aumento da pressão sanguínea. Quando o ruído é intenso e prolongado, pode causar alterações irreversíveis, como a perda da audição.
Fonte http://www.escribacafe.net/
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